A VIRTUDE DE JÓ
Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou;e disse:Nu saí do vente de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja nome do Senhor!
Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma."Jó 1:19-22
Em momento algum jó amaldiçoa ou culpa a Deus,não tem dúvidas sobre quem havia lhe concedido suas bênçãos nem sobre quem tinha poder para dar ou tirar a vida.Versículo 21, por três vezes Jó usa o nome pessoal de Deus (hebr.Yahweh, Senhor) como uma confissão de sua dependência no Senhor.
O sofrimento cria inúmeras oportunidades para uma pessoa pecar enquanto procura alívio ou tenta encontrar algo ou alguém a que culpar.
Jó sofreu injustamente.Sua fé, o motivo de seu sofrimento, também era sua única fonte de consolo(Jó 1:20-22).
Os sintomas das aflições físicas de Jó são descritos:tumores malignos, pele queimada e descamado,febre e calafrios(Jó 30:30), coceira insuportável, membros inchados, úlceras que atraíam vermes(Jó 7:5), mau hálito(Jó 19:17), tosse, ossos se decompondo, diarreia, sentimentos de pânico(Jó 21:6), depressão e pesadelos terríveis que causava insônia.Teve sua esposa com muito ódio da situação que estava passando que pede para Jó amaldiçoar o seu Deus.Jó tratou sua esposa com sensibilidade e respondeu educadamente ao seu conselho amargurado.Manteve-se firme na responsabilidade de liderança espiritual ao responder à fé imatura de sua esposa que estava disposta a aceitar o bem, mas não o mal, das mãos de Deus(Jó 2:9).Jó perdeu tudo e mesmo assim tomou uma postura de não pecar contra Deus diante de tanta desgraça que lhe sobreveio.
O desejo de Jó obter descanso do seu sofrimento o levou a fazer um discurso.Jó usa quatro termos para expressar seu anseio:"repousaria"(Hebraico shakah),"tranquilo" (hebraico shaqat), "dormiria"(hebraico yashen) e "descanso"(heb. nuah).
Jó lamenta a miséria em que caiu (Jó 30:1-31 ."Mas agora se riem de mim os de menos idade do que eu, e cujos pais eu teria desdenhado de pôr ao lado dos cães do meu rebanho.De que também me serviria as forças da sua mão, homens cujo vigor já pereceu?
De míngua e fome se debilitaram;roem os lugares secos, desde muito em ruínas e desolados.
Apanham malvas e folhas dos arbustos e se sustentam de raízes de zimbro......."A comparação entre a primitiva felicidade de Jó e a imagem do desprezo que ora recebia da sociedade.
Em primeiro lugar Jó é insultado pelos homens, inclusive pelos homens da mais baixa posição, que antes dependeriam justamente da sua proteção.Agora Jó é alvo dos motejos e do desprezo daqueles homens v.9,10.Foi Deus que quebrantou o poder de Jó v.11, e agora os maltrapilhos sente-se fortes o bastante para atacá-lo, com quem cerca uma cidade e entra pelas brechas das muralhas.v. 12-14.
O respeito que Jó antes recebia (Jó 29:8-10), é transformado agora em desprezo,e isto partindo de pessoas que são a escoria da raça humana, rejeitadas pela sociedade, descritas nos vv.2-8.Esta é a sorte do homem digno e justo que cai em seus dias difíceis, e sofre a perda de suas riquezas.
Um ex-rico escarnecido por desgraçados.Em segundo lugar, Jó sente a miséria que vem de dentro de si próprio, os tormentos físicos e mentais que o afligem."Se me derrama a alma".Uma expressão que descreve a ação de uma emoção profunda na pessoa em tormentos.As dores, mais fortes à noite, parecem perfurar-lhe os ossos.
Desfigurada.O corpo de Jó , de uma parte intumescido pela doença,e de outra inflamado pelas chagas, contorcendo-se pela doe, já não é aquele para o qual suas roupas foram feitas, a única coisa que lhe cinge bem, sob medida, é a própria doença que se retém com firmeza.(Jó 30:18)
Em terceiro lugar, a miséria de Jó vem do alto, sente que foi abandonado por Deus e que a grande tempestade que lhe enviara Deus o impele para a mansão dos mortos.(Jó 30:19-23)
Jó ficou ao leu como um joguete das tempestades da vida.Mesmo arruinado, perecendo;Jó não pode silenciar o grito que lhe vem ao coração estendendo para Deus a mão da fé, querendo confiar nele como salvador e não como seu perseguidor.(Jó 19:25-27)
Jó sente que merecia um tratamento mais suave, pois toda a alegria do passado se transformara em tristeza e dor; agora sente que mais se compara a um animal do que a um homem.(Jó 30:25-31)
Finalmente, Jó faz o último protesto da sua inocência:afastou-se da impureza, mostrou retidão e honestidade a sua conduta,foi fiel à esposa, generoso para com todos aqueles que lhe prestaram serviços; não foi indiferente àqueles que sofriam dificuldades, nunca se cansando de solucionar seus problemas.Jó, cuidadosamente, evitava a concupiscência dos olhos.
Jó sempre soube que havia que prestar contas a Deus, que tudo vê, que tudo percebe.(Jó 31:1-20)
Jó aparece na presença de Deus com adoração, humildade, e a experiência do perdão divino.A revelação da natureza divina dá para Jó uma clara consciência da sua pecaminosidade e uma dependência total da providência de Deus.Já reconhece ele que as palavras e razão humanas não são suficientes para alcançar a Deus, o qual não tem termo de comparação, e abre mão do debate desejado.Regozija-se com uma experiência pessoal de Deus, que lhe acrescenta aquele aspecto piedoso, espiritual, que lhe faltava quando seu conhecimento de Deus, era somente baseado nos ensinamentos, em que tinha sido treinado desde a mocidade.
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